Teatro de Ferro

Portugal

Dura Dita Dura

Museu da Marioneta
12 e 13 de Maio às 10h30 e 22h


INTERPRETAÇÃO Igor Gandra
FADO / CANÇÃO Ana Deus
DESENHO DE LUZ Rui Maia
DIRECÇÃO DE MONTAGEM Virgínia Moreira
ATELIÊ DE CONSTRUÇÃO Gil Rovisco, Virgínia Moreira e Américo Castanheira – Tudo Faço
FOTOGRAFIA DE CENA Susana Neves
DIRECÇÃO DE PRODUÇÃO Carla Veloso
TÉCNICA Mista
PÚBLICO-ALVO M/6
IDIOMA Português
DURAÇÃO 50 minutos
Co-produção: FIMFA Lx9, Festival Internacional de Marionetas do Porto, Festival Escrita na Paisagem


«Era uma vez um menino pequeno que vivia num país pequeno virado para o grande oceano. Dizia-se que, nesse país, grandes homens e homens de todos os tamanhos se tinham lançado pelo mar dentro à procura de outros países e de outros homens. Mas isso tinha acontecido há tanto tempo que o menino de que estamos a falar nunca tinha molhado os pés no mar...»

“Dura Dita Dura” é a história de um menino, o Baltazar, que cresce algures, numa terriola perdida de um Portugal esquecido - mas apertadamente vigiado e auto-vigiado. Baltazar é mudo, mas não surdo. A sua vivacidade de menino fora do baralho conflitua manifestamente com o obscurantismo que caracteriza o Portugal dos pequeninos. Baltazar é um escândalo de silêncio num país silenciado. Mas não se escolhe o lugar e o tempo onde se nasce.

“Dura Dita Dura” é um espectáculo para todas as idades acerca da atmosfera de terror surdo que reinou durante meio século num país onde as paredes tinham ouvidos. Através do olhar atento, por vezes atónito, de uma criança bem-amada mas permeável ao mal-estar dominante, pretende-se dar a conhecer um passado ainda próximo que tende contudo a esbater-se nas «brumas da memória». Objectivo que nos parece urgente, quanto mais não seja porque já não falta, aqui e agora e por aí fora, gente a dizer que a ditadura salazarista não é tão má como a pintam.

O Teatro de Ferro desenvolve o seu trabalho desde 1999, nos campos do teatro de marionetas e do movimento. É na fusão destes elementos que o TdF forja o seu vocabulário teatral, performativo e interventivo.
O Teatro de Ferro tem apresentado anualmente três novas produções com objectivos distintos: um espectáculo para crianças, dirigido ao público escolar e familiar; um ateliê multidisciplinar com a duração de seis meses, que se materializa num espectáculo em que participam jovens integrados em projectos de reinserção social; um espectáculo de pesquisa onde se procuram caminhos inexplorados por este colectivo.
Desde 2003 tem contado com o apoio do Ministério da Cultura. A companhia está sediada na cidade de Gaia e tem direcção artística de Igor Gandra, que recebeu o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte, atribuído pelo Instituto das Artes.