Márcia Lança

Portugal

Dos Joelhos para Baixo

Museu da Marioneta
27 de Maio às 22h

CRIAÇÃO, DESENHO E INTERPRETAÇÃO Márcia Lança
COLABORAÇÃO ARTÍSTICA Iuri Albarran e Tiago Hespanha
MÚSICA E DESENHO DE SOM Nuno Morão
FOTOGRAFIA Iuri Albarran
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA Espaço do Tempo, Montemor-o-Novo e Atelier Re.al, Lisboa
PRODUÇÃO Vagar
TÉCNICA Dança e objectos
PÚBLICO-ALVO M/8
DURAÇÃO 35 minutos
IDIOMA Sem palavras
Finalista do Programa Jovens Artistas Jovens


Um solo de Márcia Lança a partir de uma cidade de papel...

Sobre “dos joelhos para baixo”
“Partindo de um desenho nascido no ATL da escola n°6 de Campo de Ourique em que os traços do lápis foram apagados pela borracha, notei que apagar sem deixar marcas era impossível. Passei, depois deste episódio, um ano a desenhar. O que fazia era seleccionar um momento do dia que tivesse tido lugar num espaço específico e desenhar os percursos que eu e outras pessoas tínhamos feito nesse lugar. Assim, para que nos pudéssemos movimentar no papel era necessário apagar-nos e redesenhar-nos noutra zona da folha. Notei que os percursos e os movimentos das pessoas no desenho podiam ser reconstruídos pelo rasto que era deixado ao apagar. Coloquei esta questão em cena, passando do suporte folha de papel ao suporte “espaço”.

Mantive a folha de papel e trabalhei-a no estúdio fazendo-a interagir comigo. Surgiu destas experiências, que inicialmente se reduziam à transformação da matéria folha noutras matérias, uma série de acções com homens e mulheres de papel. Estas personagens são expostas a sequências de acontecimentos que determinam o seu fim ou continuação na peça. Uma cidade de papel toma forma lentamente”. – Márcia Lança



“Márcia Lança de Lisboa, venceu com “O traço e a ausência”, um projecto de dança, mas que desafia a definição. A sua proposta é pertinente e madura tanto no nível de rigor e coerência da interpretação, como no género do espectáculo que se insere numa clara corrente contemporânea, mais dada às artes dos trabalhos manuais e ao pormenor. Um trabalho de minúcia e sensibilidade de construção em papel, com sentido crítico e humor”. - Cláudia Galhós, Revista Actual, Expresso.

“Um mundo onírico de papel assinado por Márcia Lança... Em “dos joelhos para baixo”, Márcia Lança deixa-se sugestionar por uma lembrança de infância: traços de lápis sobre uma folha de papel e a impossibilidade de os apagar, a exigência de lhes esboçar percursos que permaneçam nítidos. Este ponto de partida gráfico transforma-se numa forma viva, suspensa entre o corpo da performer e a estrutura de papel” - Bellini, B. e Oliva, L.,Jornal do Vie Scena Contemporanea Festival, Modena.

“A crua delicadeza de um mundo de papel... A performance de Márcia Lança encanta pela simplicidade mas, sobretudo, por uma dimensão crítica que consegue impor-se com uma eficácia clara e uma violência subtil... “Dos joelhos para baixo” é o primeiro espectáculo de uma jovem artista que conseguiu encontrar uma linguagem que fascina e faz pensar.” - Fumagalli, A., Jornal do Vie Scena Contemporanea Festival, Modena.


Márcia Lança nasceu em Beja em 1982. Estuda Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa. Em 2006 é finalista do Programa Jovens Artistas Jovens com o solo “Dos Joelhos para Baixo”. Destaca o trabalho de intérprete com os coreógrafos João Fiadeiro (“Existência” e “Para onde vai a luz quando se apaga?”), Cláudia Dias (co-criação de “3 Figuras do Excesso” e colaboração em “Visita Guiada2). Colaborou em 2005/06 com Olga Mesa no Pôle Sud em Estrasburgo. Inicia a sua formação em Artes do Espectáculo no Chapitô (1999/02). Da formação em dança destaca ex.e.r.ce 05 do CCN de Montpellier, o curso básico de Análise do Movimento, pelo IAM (2004) o Curso de Dança Contemporânea e Pesquisa de Movimento na SNDO de Amesterdão (2003), o Curso de Pesquisa e Criação Coreográfica no Fórum-Dança (2002) e a formação contínua no C.E.M. (2001/04). Estudou Voz no Conservatório Regional do Baixo Alentejo (1998/99) e desenvolveu composição vocal com Francisco D’Orey, Catherine Rey, Meredith Monk e Lúcia Lemos.